terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mindwalk - Ponto de Mutação

“Quando percebermos que nós e o planeta somos na verdade, um só, uma realidade, uma só consciência, teremos chegado ao ponto de descobrir que a nossa transformação não foi apenas uma atitude, mas uma mutação”.


O filme “Ponto de Mutação” é baseado no livro de Fritjof Capra. Sem dúvida nenhuma uma das melhores obras desse físico austríaco. Não tem como começar essa resenha sem falar sobre Capra e sua forma de pensar, já que seus pensamentos e propostas estão perfeitamente inseridas em suas obras. Falando um pouco sobre sua forma de pensar e sobre seu currículo estarei resumindo boa parte dessa obra tão especial da década de 90. Fritjof Capra doutorou-se em física teórica pela Universidade de Viena em 1966. Conseqüentemente, trabalhou em pesquisas sobre a física de alta energia em várias universidades européias e norte-americanas. Poderia ter seguido o rumo normal de seus colegas acadêmicos, mas algumas intuições e encontros o levaram a uma originalidade sem precedentes em sua área de atuação. Para entender a física contemporânea, foi estudar a filosofia oriental. O autor é um dos nomes mais importantes na divulgação dos processos da ciência, da filosofia e da ecologia de nossos tempos, mas ele vai mais além, suas contribuições estão intimamente ligadas a uma nova maneira de se entender a ciência e de se poder compreender a realidade que surge e seus problemas. Suas obras refletem todo um clima que atualmente emerge em todo o modo de pensar, uma nova maneira mais sensível e significativa, um novo nível perceptivo propício a uma mudança fundamental da compreensão humana quanto à natureza do conhecimento científico, seja este na esfera das ciências físicas, na esfera das ciências biológicas ou humanas, levando-nos ao que poderíamos chamar de uma nova transformação cultural. Em “Ponto de Mutação” Capra investiga as implicações e impactos do que tomava a forma de uma mudança de paradigmas, 20 anos depois dos estudos do físico Thomas Kuhn. Essa investigação tem como ponto de partida a observação de que os principais problemas do século XX são todos sintomas ou aspectos diversos do que, no fundo, não passa de uma única crise fundamental, a crise de percepção, uma percepção distorcida baseada no individualismo, no egoísmo, na ganância e na "separabilidade" entre os indivíduos e suas vidas. O filme tem como trama central uma longa conversa entre uma cientista, um poeta e seu amigo, ex–candidato à presidência do Estados Unidos. Essa conversa se estende por todo filme e aborda vários aspectos dos pensamentos de Capra e de sua proposta de uma nova percepção do mundo e para o mundo. A conversa dos personagens fica intimamente envolvida pela atmosfera medieval e filosófica do mais que espetacular, Mont Saint Michel na França. Ambos personagens estão ali para descobrir a qualidade tão preciosa que falta no mundo: A percepção.
Percepção que levaria a um novo modelo de pensamento, livre e diferente do pensamento “mecanicista” que o homem jamais abandonou apesar de sua evolução. Particularmente esse clima que envolve os atores, passa a nos envolver também, como se participássemos do filme. O filme nos traz várias perspectivas sobre os seres humanos e o mundo e o futuro (...) Uma das mais interessantes é a crítica ao pensamento “mecanicista”, onde o mundo e tudo que dele faz parte funcionaria como um relógio, uma máquina, rompendo assim a naturalidade das coisas, Descartes foi o percussor dessa idéia hoje antiquada. Com certeza o pensamento cartesiano teve sua importância, mas hoje ele está ultrapassado e isso fica bem claro no decorrer do filme (...) Capra expõe suas perspectivas científicas e espirituais procurando assim a solução para a crise de sentimentos e valores morais, culturais, religiosos e políticos, todas essas crises são em decorrência de uma crise principal, a crise de percepção. Interessante também é a visão da problemática mundial. Não são os sistemas, mas sim as pessoas que devem mudar. Não podemos mais pensar que o mundo é uma máquina e que seus problemas são singulares e únicos. A cura para todos os problemas existentes após o século XX está nessa proposta, nesse novo modo de ver o mundo, vê-lo como um todo, saber que as ações das pessoas estão conectadas, assim como as crises e os problemas mundiais, as vidas também fazem parte dessa teia de conexões. As pessoas precisam de uma nova visão de mundo. O mundo muda mais rápido que a nossa percepção, ficamos ultrapassados, ainda vemos o mundo como uma máquina, como se pudéssemos resolver seus problemas trocando apenas uma peça, não percebemos que tudo está ligado, que somos parte de uma teia e que todas as nossas ações podem trazer conseqüências futuras.

Trecho: Ponto de Mutação


“Ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas não é gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nenhum dano”. Fritjof Capra - (I Ching)

Resenha por mim escrita em junho de 2003

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Capitão Marvel: Shazam !

Personagem que apareceu pela primeira vez na década de 40 na revista Whiz Comics da editora Fawcett Publications. De início seu nome era Captain Thunder, em bom português, Capitão Trovão. Este chegou a ser publicado em um fanzine chamado Flash Comics, mas como a DC Comics registrou primeiro o nome “Flash” a editora Fawcett teve de agir trocando não só o nome de sua revista, como de seu personagem, que passou a ser chamado de Captain Marvel (Capitão Marvel). Como todo bom herói, Billy Batson é órfão, e após seu tio roubar sua herança e expulsá-lo de casa Billy se viu obrigado a trabalhar e sobreviver nas ruas, até que um dia, uma figura misteriosa o levou para um túnel onde as paredes eram adornadas por estátuas e imagens fantasmagóricas sobre os 7 pecados capitais, ao sair do túnel, Billy pôde se deparar com um ancião de nome Shazam; um antigo mago, um velho herói que há tempos lutava contra o mal e agora buscava um sucessor de bom caráter, assim o velho Shazam conferiu ao jovem Billy Batson os poderes de seis grandes personagens lendário: de Salomão, recebeu a sabedoria; de Hércules, a força; de Atlas, o vigor físico; de Zeus, o poder de um deus; de Aquiles, a coragem e de Mercúrio recebeu a velocidade.
O poderoso Capitão Marvel tinha dois adversários de destaque, o famoso Dr. Silvana, (Dr.Sivana) um cientista amalucado e o misterioso Dr. Cérebro, (Mr. Mind). Com vilões famosos e uma mistura de inocência e poder, Capitão Marvel foi o maior sucesso editorial da década de 40 vendendo mais do que o Super-Homem. Infelizmente o sucesso do herói acabou diminuindo nas décadas seguintes devido aos problemas judiciários envolvendo seu nome, revistas e editoras. Já em finais da década de 90 o herói ressurgiu devido algumas propostas inovadoras, como a mini-série em quadrinhos Kingdom Come até certo ponto famosa por causa de um combate entre o Capitão Marvel e o Homem de Aço. Hoje o mais poderoso mortal de todo o mundo é pouco citado e suas últimas publicações estão longe de repetir o sucesso da década de 40 que na época, acabou por originar várias revistas em quadrinhos, programas de rádio, seriados para a TV e produtos variados que faziam a alegria dos hoje, saudosos fãs de SHAAZZAAAMM !!!!!



Kingdom Come: Capitão Marvel x Super-Homem

Texto baseado na matéria da revista Comics Generation n°10